quarta-feira, 26 de maio de 2010

Papinha orgânica delivery? Em São Paulo tem


Mães modernas em fúria... descansai tranquilas! Já tem papinha orgânica em Sampa! Minha pequena já passou dessa fase, mas fiquei muito feliz em conhecer esta empresa, que fica em Moema.

Recurso natureba-fofo para ajudar mães apressadas, trabalhadoras incansáveis ou simplesmente mulheres exaustas (hello, todas nós!) , a papinha vem congelada, e pronta para o consumo.


Qualquer mãe de primeira viagem sabe que uma das maiores fontes de ansiedade é a alimentação dos rebentos. Quando são pequeninos, ainda mais. Passada a fase do aleitamento materno, não tem mãe que não trema diante do desafio das primeiras papinhas... Pensar nisso cumprindo expediente então, é uma tortura.

Muita gente acaba recorrendo às marcas industrializadas, mas isso é uma pena, porque é nos primeiros dois anos de vida que a criança aprende a se relacionar com os sabores e com o ato de comer. E aquela multinacional européia que me desculpe, mas eu não confio naqueles potinhos de vidro como uma boa opção alimentar.

Saber que tem papinha delivery, feita somente com ingredientes orgânicos, foi um alívio. Isso significa alimento sem conservantes artificiais, sem agrotóxicos, sem adubos artificiais e sem modificações genéticas na porta de casa. Ueba!

Os produtos são divididos por fase. Começa com papinha de pêra ou mamão para os babies de 4 a 6 meses e depois migra para criações mais ousadas, como a papinha Alê (carne, soja, arroz, agrião e cenoura), ou a papinha Fêfê (frango, feijão carioca, mandioquinha, chuchu e espinafre).

Você pode comprar as refeições do Empório da Papinha na loja das duas moças bacanas que fundaram a empresa: http://www.emporiodapapinha.com.br/.

Ou pode pedir o delivery no telefone - 11-5051-4343. Experimente e me conte!

Imagem: Empório da Papinha

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Perto do fogo



Sabe quando sua vida parece uma montanha-russa non-stop? Pois é, estou numa dessas fases. Passa, como tudo, mas às vezes é difícil parar de fazer, fazer, fazer e... olhar.

Outro dia cheguei na casa dos meus pais exausta. Fazia frio. Eu tinha fome. Meu pai, que é uruguaio profissional (o que significa que ele assa e come um boi por semana), disse: "vou preparar algo para você beliscar".

Isso significa pegar restos de madeira, a maioria deles encontrados por ele mesmo pelas ruas do bairro (dizem que o tipo de madeira afeta, inclusive, o gosto da carne); colocar vários pedaços já cortados no lado esquerdo da parrilla (como chamamos as churrasqueiras lá embaixo, no rio da Plata) e basicamente atear fogo com um pedaço de jornal bem grande enroladinho e já queimando estilo tocha olímpica.

Pronto, em dois minutos eu tinha uma fogueira linda queimando para mim e um delicioso bife de picanha a caminho.

Num país onde existem 3 milhões de habitantes e 10 milhões de vacas, é difícil propagar o discurso do quão ecologicamente incorreto e cruel é comer carne. Não dá. Eu mesma reduzi bastante o consumo, já que tenho um marido totalmente solidário com os animais e que a cada dia me lembra, com razão, o quão brutal é comê-los.

Mas o fato é que aquele dia eu precisava daquela picanha muiiitooo mal passada. Em pouco tempo, enquanto a fogueira ficava cada vez maior e alaranjada, abrimos um vinho, e começamos a lembrar as antigas histórias da família.

Ele lembrou de como meu tio Pepe foi perseguido por franquistas e republicanos durante a guerra civil espanhola, e porque, como era um herói sem nenhum caráter, que mudava de lado conforme um lado ou outro avançava, passou meses morando embaixo do comedouro de um chiqueiro de porcos porque estava jurado de morte de ambos os lados. E de como depois virou um dos maiores mulherengos de Montevidéu dirigindo uma ambulância, com um amor em cada hospital.

Relembramos do outro tio que foi pros Estados Unidos atrás de mulher, passou pela Venezuela e, sem um tostão no bolso, veio de "contrabando" num navio para Montevidéu. Beberrão incurável, mesmo sob marcação cerrada conseguia ficar bêbado durante o dia trabalhando na confeitaria do meu avô. Ninguém conseguia descobrir o mistério, já que lá não havia álcool, até que um dia descobriram que ele estava contrabandeando doses homeopáticas do rum que era injetado nas bombinhas de creme...

Eu lembrei de como minha avó Paca até pouco tempo carregava todos os dias a lenha que ia para a lareira esquentar a casa durante todo o dia no inverno, e como de noite a festa era sentar-se em frente do fogo, de onde saíam histórias alegres e tristes, jantares incríveis de legumes, peixes e carnes que ardiam sob uma pequena grelha e as blusas úmidas terminavam de secar.

E então, entre uma história e outra, a madeira foi queimando, o bife ficando suculento, o vinho esquentando o corpo e o papo esquentando a alma. E assim o tempo parou. E assim tudo ficou, de repente, normal. E assim tudo voltou, simplesmente, a ser.

Imagem: Ernest von Rosen, http://www.amgmedia/.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Por uma vida menos tóxica




Eu sempre fui a menina da bolha. Alérgica a tudo. Pêlo de bicho, ácaro, chocolate, mofo, enfim, tudo aquilo de mais comum que pode irritar o sistema respiratório de uma criança. Essa sensibilidade exacerbada me fez crescer prestando atenção a coisas tóxicas de todo tipo.


Se eu sofro, é porque os níveis de contaminação estão altos. Foi assim para várias casas recém-reformadas para as quais me mudei ao longo da vida. É assim em lojas de shopping center ou lugares novinhos em folha, onde todas aquelas substâncias químicas estão soltas no ar.

Se você se sente cansado ou com dor de cabeça após algumas horas circulando num shopping, talvez você seja do meu time.


Mas tudo isso pra dizer que há um tipo de poluição pouco comentada, mas letal, responsável pelo aumento da incidência de câncer em países desenvolvidos (e mais industrializados, mas tenho certeza que também por aqui). É a "poluição" provocada por substâncias químicas que cercam praticamente todos os produtos que encontramos para comprar nas prateleiras.


Hoje um bebê nasce com 300 contaminantes detectados já no seu cordão umbilical. A isso vão se somar milhares e milhares de substâncias tóxicas, poucas delas reguladas pelas autoridades de saúde. A ligação delas com o câncer tem sido feita em vários estudos. Deixo aqui um link para o artigo de Nicholas D. Kristof do New York Times, que trata amplamente do tema e dá links para as novas pesquisas que estão saindo sobre o assunto.


Pelo momento, as dicas que ele enumera para se ter uma vida menos tóxica são:


* Escolha comidas, brinquedos e produtos para o jardim com menos disruptores endócrinos e outras toxinas especialmente para crianças e mulheres grávidas, mais sobre o tema você encontra nestes sites http://www.cosmeticsdatabase.com/ e http://www.healthystuff.org/

* Quem trabalha com produtos químicos deve tirar a roupa ao chegar em casa e lavá-la separadamente do resto da família.

* Só beba água filtrada.
* Guarde a água em recipientes de vidro ou aço inox, ou em plástico que não contenham BPA (bisfenol) ou substâncias tóxicas com os ftlatos, que tornam o plástico mais flexível (já falaremos mais pra frente isso...)

* Só coloque comida no microondas em recipientes de vidro ou cerâmica (nada de plástico, de novo).

* Dê prefência à comida cultivada sem pesticidas, fertilizantes químicos ou hormônios de crescimento.

* Evite carnes cozidas em demasia.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

As frutas e vegetais menos vulneráveis a agrotóxicos

Comprar alimentos orgânicos nem sempre é possível, mas, dentre as opções do supermercado ou feira, quais seriam as menos infestadas de pesticidas? A melhor saída, já sabemos, é sempre comprar coisas frescas, de estação, e de preferência cultivadas por perto.

Nunca esqueço do meu choque quando morava em Nova York ao ir ao supermercado e trazer alho para casa.
Achei tão lindo... Enorme, branco, robusto. E barato. Quando cheguei no meu lar doce lar, a surpresa: o alho era chinês!

Como pode uma cabeça alho que vem da China custar menos de um dólar, e ser tão mais barata que sua "irmã" local?

Pensei no combustível gasto para fazer o trajeto de navio, nas águas ficando sujas, no pobre coitado semiescravo que trabalhou nessa plantação, e nos possíveis componentes tóxicos que eu e minha família estaríamos ingerindo sem saber. Fiquei triste.

Mas, enquanto não temos alho da China no Brasil... Vejam esta lista gringa das 12 melhores frutas e vegetais não orgânicos para comprar sem tanto susto no mercado ou feira, especialmente se você tem gente pequena em casa:

Aspargos
Abacate
Bananas
Broccoli
Couve-flor
Milho
Kiwi
Manga
Cebola
Mamão papaia
Ervilha doce
Abacaxi

Também são relativamente confiáveis (e nem tão contaminados): batata doce, ameixa e melancia

Fonte: The Complete Organic Pregancy, de Deidre Dolan e Alexandra Zissu
Imagem: Freefoto.com

Ecológica sim, chata não

Pensei neste blog como uma maneira de contar as minhas experiências cotidianas como mãe amalucada que trabalha numa grande cidade poluída como São Paulo e que, no meio da agitação, busca informação para fazer cada vez melhores escolhas de consumo.

As mães e as crianças são as maiores "autoridades" sobre o que se consome numa casa. Cada casa, um mundo. Cada produto, uma cadeia produtiva. Cada objeto, uma história. Gostaria de ser totalmente "verde". Mas na correria, não consigo me organizar.

Os produtos ecológicos oferecidos no Brasil ainda são caros, e não tão disponíveis. Muitas empresas embarcaram no marketing da sustentabilidade. Mas quais serão realmente as melhores escolhas? Ou melhor, quais são as melhores condutas que podemos adotar para passar por este mundo sem deixar muito rastro (ou estrago...) para as próximas gerações?

Este blog busca ser um caminho possível, prático, cotidiano, de histórias, de informação e de serviços úteis para quem, como eu, vê em cada ação do dia a dia uma chance para a construção de um mundo melhor para homens, mulheres, crianças e todos os seres vivos do planeta.

Boa leitura!