terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Os enfeites de Natal em São Paulo e a exuberância irracional


Olhe para qualquer lado da cidade nestes dias. Você consegue ver mais alguma coisa além de concreto e milhões de luzinhas piscantes Made in China? Pois é. Prenúncio de Natal. Parece que cada ano os prédios, as casas, as avenidas e os shoppings ficam mais enfeitados.
Outro dia ouvi no rádio que somente a prefeitura de São Paulo está gastando 7,5 milhões de reais com enfeites de Natal.
A pergunta que fica é: será que como a gente eles guardam os enfeites de um ano para outro? Será que eles jogam tudo fora só para gastar tudo de novo no ano que vem? Será? Será?
E será que precisamos comprar um monte de presentes inúteis, embrulhá-los em papel colorido e saquinhos especiais? Fico pensando na montanha de lixo que o Natal gera, e quão desnecessárias são todas essas coisas que precisamos comprar e consumir para simplesmente dizer às pessoas que amamos que gostamos de estar perto delas e que elas importam na nossa vida.
Eu até entendo o espírito natalino, as rotinas ritualizadas que nos fazem sentir bem. Mas será que não dava para a gente fazer tudo isso de um jeito mais light e criativo? Sem consumir tanto? Será? Será?

Revista Emília: mapeando os livros infantis


Hoje descobri um site sobre literatura infantil muito legal: a Revista Emília . Ele agrupa pessoas de várias áreas do universo editorial interessadas nas obras de literatura infantil e infanto-juvenil. Seu estilo de texto é meio acadêmico, pra falar a verdade...Mas o que eu amei foram mesmo os links: uma série de blogs e revistas dedicadas a esse tema em diversos países. Vá lá conhecer!

sábado, 14 de maio de 2011

Grandes mentiras sobre a gravidez



Este post vai para minha maninha, que está grávida. Quando eu estava esperando minha filha, comecei a ler aquele livro famoso "What to Expect When You are Expecting" e quase tive uma síncope... Além de ser ultramédico, o livro retrata simplesmente TUDO o que pode dar errado numa gravidez. Já sou CDF e encanadíssima. Fiquei em pânico.

E, falando sério, quem quer saber disso? Só quero saber do que pode dar certo, como diziam os Titãs... Alívio mesmo foi quando eu descobri os livros da Vicki MacCarty Iovine, autora do "Girlfriend's Guide to Pregnancy", que é um livro focado na mulher, não no bebê. Recomendo altamente.
De um deles, tirei esta listinha de baboseiras que falam sobre a gravidez, que considero ótima:



- O enjôo que você sente pela manhã vai ter ido embora ao meio dia.

- As roupas para grávidas estão tão bonitinhas ultimamente né?

- Óleo de amêndoas (ou de massagem em geral) previne estrias.

- As grávidas têm a pele e cabelos mais bonitos do mundo.

- "Juro que seu rosto não mudou nem um pouquinho".

- A gravidez aproxima o homem e a mulher (sim, você e seu obstetra).

- "Você só engordou na barriga!"

- A gravidez dura apenas nove meses.

Imagem: Tatiany Melo (Creative Commons)

segunda-feira, 28 de março de 2011

Móveis infantis à francesa!

Adoro quando descubro o trabalho de pessoas criativas. Esse foi o caso recente com a Bododo, que significam "bom soninho" --ou algo parecido-- em francês. Berços com design lúdico que balançam, caminhas para crianças maiorzinhas cheias de buracos e reentrâncias estilo labirinto, almofadas diferentes com desenho de monstrinhos e objetos inusitado (tudo de bom a almofada em formato de guitarra com tecido camuflado, a 80 reais) e, para arrematar, adesivos de parede também made in France (o que mais gostei foi o preto em formato de televisão que vira lousa - candidato a hit instantâneo!!!).

A brasileira Simone Turine e seu marido, o francês Yann Leullier, mudaram-se para o Brasil há cerca de dois anos com seu pimpolho, que já está devidamente ambientado na Vila Madalena, fazendo, inclusive, aulas de ioga e dando demonstrações espevitadíssimas sobre como utilizar as criações em marcenaria dos papis. Os móveis, artesanais, podem ter preço mais salgado, em torno de 2000 reais, mas há várias opções de presentes lindinhos de 50 a 100 reais.



Ponto alto: muitos objetos legais para MENINOS, coisa nem sempre fácil de se achar pela cidade.


Vá lá: Bododo, rua Girassol, 231, 5511 2337-0707, Vila Madalena

sábado, 26 de março de 2011

Vontade de sair por aí...

Minhas melhores amigas sabem que, em mim, lá no fundo, mora um espírito hippie. Três por quatro fico me perguntando porque faço tudo o que faço. É tanta coisa. Eu fico cansada. Algumas vezes tudo faz muito sentido. Outras não.

Outras vezes, só queria pegar minha turminha e sair por aí. Sumir pela estrada, esquecer de quanto combustível fóssil estaremos queimando e simplesmente curtir a paisagem.

Olhar a natureza. E a vida. Simples assim (melhor ainda num minitrailer fofo desses, hein?).

Esta Caravan é uma obra-prima de Kris Wade, que achei no site www.re-nest.com. Eles fizeram a reportagem do antes e depois. Lá tem também um link para este lindo blog pró-vintage de Kris: http://thebestlittlevintagevaninvegas.blogspot.com/




quinta-feira, 24 de março de 2011

Família Pascolato... ou Homenagem às avós com bom gosto


A Costanza Pascolato é uma das mulheres mais elegantes e inteligentes que entrevistei na vida. Ela viveu muitas décadas já, mas mantém o bom humor, a alegria, a postura ereta e a jovialidade como ninguém. Ela tem essa coisa aristocrática italiana, e ao mesmo tempo um espírito livre e moderno que lhe permite sempre, sempre, enxergar o novo. Fiquei pasma ao ver como remodelou a casa depois que sua mãe, dona Gabriella, morreu.

O apartamento paulistano era todo em tons de amarelo, com sofá e cortinas brancos quando a entrevistei antes de um Fashion Week qualquer. Lembro-me das cortinas brancas balançando em frente aos janelões abertos. Da capa do sofá, impecável, que parecia ser de linho com bordados do Nordeste.

Ela me levou ao escritório e banheiro, me ensinou como se passa base direito ao se maquiar, me deu o telefone de um cabeleireiro ótimo em NY e, claro, a entrevista antenada de sempre sobre o que íamos ver nas passarelas. Puro prazer escutá-la.

E agora o apartamento ficou em tons para o vermelho terroso, amarelo quente, pitadas de azul. Lindo, lindo. Quem compartilhou as fotos foi sua filha a Consuelo Blocker, que também é um doce de pessoa, em seu blog pessoal.

Confira aqui: http://www.consueloblog.com/

Decoração do quarto infantil: em busca da bagunça lúdica perfeita




Adoro blogs de estilo de vida e decoração. Por isso, pirei neste blog/site alemão, com várias casas bacanas, mostrando quem são as pessoas, o que fazem da vida, e como vivem em suas casas. Com criatividade e bom gosto. Amei principalmente a parte infantil, pois tem uma bagunça organizada.

Eu fico meio triste ao ver os brinquedos da minha filha amontoados em caixinhas, não tão acessíveis às suas pequenas mãozinhas. Gostaria de ter ideias e distribuir prateleiras, caixas abertas e montar nichos para que ela possa pegar tudo o que quiser para brincar sozinha.
Inspiradoras imagens. Vou ver se me animo.


Vá conhecer o site FvF: People. Photography. Video. Aqui ó: http://freundevonfreunden.com/
  • Christiane Bördner und Marcus Gaab
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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O leitinho das crianças, como antigamente


Quase dei pulinhos de alegria ao saber que uma empresa de laticínios do Rio de Janeiro está embalando leite em garrafas não retornáveis de vidro.
É quase patético de tão óbvio, mas como Cidadão Kane com seu "Rosebud", eu sei que realmente estarei ligada a objetos que remetem ao quintal da minha avó materna para sempre.
São lembranças doces que vêm daqueles tempos da primeira infância.
A importância das memórias infantis é tão forte e tão visceral em mim que às vezes perco o sono, tremendo de medo e ansiedade, pensando em como tentar dar à minha filha doses cavalares de primeira infância feliz.
É que para mim, neste caso específico, o leite em garrafa de vidro significa muito. Ele era trazido pelo leiteiro numa carroça puxada por cavalos todas as manhãs à casa da minha avó em Montevidéu. A rua dela é de paralelepípedos, e você já sabia que o leiteiro estava chegando pelo slap, slap, slap dos passos do cavalo no asfalto recortado. Depois, chegava aquela garrafa geladinha com a tampa de alumínio, que ele deixava bem na porta. Era linda. Design perfeito.
Ao abri-la, vinha o cheiro característico, o sabor, e a bela garrafa que sobrava depois, que se por algum acaso não fosse devolvida, logo virava vaso de flor ou garrafa para colocar água gelada na geladeira. Não são lembranças, são carícias guardadas no tempo da memória.
E melhor, a tal garrafinha era quase sempre deixada na porta para ser reciclada depois. Um ciclo de uso bacana, um ritual limpo. Tem simplesmente algumas coisas que parecem ser corretas. Viva o glamour clássico-retrô do vidro, abaixo o plástico!

Eis a empresa que teve a iniciativa: Vitalatte Laticínios (www.vitalatte.com.br). Pena que ainda não tem em São Paulo...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A musa e a guerrilheira


Então tá, a trança da bela e jovem esposa do vice-presidente Michel Temer agora virou mania nos salões de beleza do Brasil afora... Já imaginava algo assim. Era impossível mesmo que sua aparência passasse despercebida durante a posse. O cabelo recolhido, o rosto harmônico, e até a roupa (decotada demais para a ocasião, teria dito Costanza Pascolato) transformaram Marcela Temer, 27 anos, em celebridade instantânea.
Os homens a desejam, as mulheres a emulam. Como deusa grega em dia de posse presidencial ou rainha de bateria do Carnaval, deve ser bom demais ser musa. E eu me perguntava, o que faz essa mulher do lado de um homem tão mais velho? Será amor? Será o fascínio que o poder exerce? Será a proteção quase paternal que um homem mais experiente oferece a uma mulher jovem?
Já li que, fisiologicamente, por assim dizer, mulheres jovens combinam muito bem com homens mais velhos. E o mesmo pode ser dito de mulheres mais maduras com rapazes bem jovens.
Ela exerceu seu poder de fascínio sobre todos, mas não o capitalizou (ainda...) e nem sabemos se o fará, pois pareceu se moça bastante discreta.
Então a musa encanta, mas de que lhe serve isso? Que coisa mas sem graça ser apenas admirada, passivamente adorada, por mais que isso traga benefícios. Melhor ir conquistar o mundo, ou o poder de fato, como fez a ex-guerrilheira. Resta a ela provar do que é feita. E a que veio. Porque a musa vive no mundo da idealização, do sonho e do desejo. A outra, da (quase sempre) dura realidade.

Imagem: divulgação da Agência Brasil

sábado, 15 de janeiro de 2011

Hillary, a Nasa e a conquista do (seu) espaço


Lembrei outro dia de uma história que ficou gravada na minha memória na época em que eu era correspondente em Washington e cobria a eleição presidencial que elegeu o democrata Barack Obama à presidência dos Estados Unidos.
Quando começaram a sair os primeiros perfis dos candidatos, todos tinham umas biografias pra lá de interessantes. Mas uma das revistas semanais me chamou a atenção ao publicar um texto sobre Hillary Clinton, atual secretária de Estado norte-americana.
O jornalista contava que quando ela tinha uns 8 ou 9 anos, queria ser astronauta, então mandou uma carta para a NASA perguntando quais passos ela tinha que seguir para realizar seu sonho.
Ela esperou, esperou e esperou. Algum tempo depois, recebeu a resposta, também por carta. Ansiosa, abriu o envelope. Agradeciam seu interesse pelo fascinante mundo das viagens espaciais, mas respondiam que, naquele país, mulheres não podiam ser astronautas. Era a década de 1950.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Papai Noel ou a exuberância irracional


Ho-ho-ho. Este ano me defrontei com uma realidade inesperada: o excesso. A quantidade de presentes que minha filha ganhou da família, e o frenesi que isso gerou entre todos, me deixou, para dizer o mínimo, envergonhada.
Aconteceu a mesma coisa em seu último aniversário. Como ela vai saber dar valor às coisas, se tudo lhe chega de mão beijada, e aos montes?
É difícil para mim, que tive uma vida infantil bacana, porém mais simples (vamos lá, eu usava tênis Bamba no ginásio), encarar essa vida de fartura sem fim...
Resultado da lambança: dezenas de caixas e embrulhos, várias bonecas, carrinhos, jogos de panelinha, roupas, afe, tanta coisa...
E no dia seguinte, qual o brinquedo predileto da fofa? A chupeta da boneca velha, e fazer "comidinha" na parede, elaborando comida imaginária para todos degustarem. Enfim, algo parece não estar certo em tudo isso. Deu uma certa ressaca.

Agora só me resta:

*reciclar os brinquedos, doando os antigos.
*aprender com minha amiga Lilian, que nos aniversários guarda os presentes e só vai dando-os `a filha aos poucos.
*pensar em embrulhos reutilizáveis (de pano?) toda a vez que for dar presente. Ou, como minha avó Paca sempre fez, guardar os mais bonitos que receber para embrulhar outras coisas. (Em tempo: quando eu era pequena, lembro que minha avó lavava sacos plásticos e os pendurava no varal do quintal --bom, naquela época o leite chegava em garrafa, de carroça puxada por cavalos, e era muito mais gostoso.
Não, ela não morava em Cuba, mas sofreu as consequências de duas guerras, uma direta, outra indireta: a Espanhola e a 2a Guerra Mundial. Havia uma certa ética na preservação das coisas que eram suas, uma espécie de respeito a seu passado de privações. Hoje, nem ela faz mais isso. Tem algo muito errado nessa exuberância irracional consumista.

*Docinho fofo da ObaGastronomia

domingo, 2 de janeiro de 2011

Minha filha e o cocô: uma paixão inconveniente


Sempre achei curiosas as pessoas que têm um apego carinhoso, digamos assim, com seus excrementos diários. Sabe aquela gente que adora dizer: "Ai, hoje fiz um cocô lindo!" e é capaz de discorrer horas sobre cores, formatos, impacto da coisa na água, enfim...
Pois bem, passei a tomar mais consciência sobre o cocô depois que minha filha nasceu -- e perdi totalmente o pudor sobre o tema.
Trocar fraldas não é a tarefa mais agradável do mundo, ainda mais quando você não encontra fraldas descartáveis recicláveis sem gerar ao menos uns 100 anos de castigo ambiental (HELLO, PROCTER AND GAMBLE, tá na hora de colocar esses cientistas pra trabalhar!!!).
Nesse aspecto, eu e outras mães que trabalham ou que simplesmente tiveram preguiça de tentar usar fraldas de pano, estão condenadas ao fogo eterno do inferno ecologicamente incorreto, junto com aqueles que continuam, sem culpa, usando saquinhos de plástico no supermercado (eu, eu, eu, que sempre esqueço das minhas 3 sacolas de pano!).
Mas algo totalmente inesperado está acontecendo no roteiro do cocô. Minha filha está com dois anos, ainda resiste a tirar a fralda, não acha legal sentar no penico, ou no redutor de assento sanitário e, ultimamente, começou a resistir que troquemos seu cocô inteiramente.
Comprei livrinhos, ensinei a dar descarga, fazemos sessões conjuntas de dar "tchau" pro cocô no vaso. E nada. A menina continua apaixonada por sua produção diária.
Ela se esconde num cantinho para fazer a coisa, normal né?, e depois que um certo aroma invade a casa sabemos que ela já terminou. Mas nos últimos tempos, não adianta falar, brincar, sugerir: tenho que correr atrás dela para trocar a tal da fralda, sob protestos.

Juro (suspiro...) que isso realmente não estava no script.

Minha estratégia agora vai ser:

*Comprar fraldas de pano, tentando uma transição amigável para as calcinhas. As da Mamãe Natureza parecem bem legais. Se as tivesse descoberto antes, teria experimentado. Quem sabe ela não passa a se incomodar em ficar molhada com xixi, e isso gera uma mudança total? (a esperança é a última que morre). Alguma outra ideia?

*Ainda falando de dejetos, li uma informação muito bacana e importante na revista Casa Cláudia. O Grupo Pão de Açúcar e a redeEurofarma recolherão remédios fora de uso em cinco lojas e supermercados. Em 2011, diz a revista, o projeto atingirá 154 drogarias no país. Info no 0800 7732732. Em tempo: jogar remédios pelo vaso sanitário é uma péssima ideia, pois polui a água e deixa rastros. Jogar os potes cheios no lixo envolve riscos também. Então, como o óleo de cozinha e as pilhas e baterias, melhor levar ao lugar certo.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Dilma, a tia Mary e as mulheres do echarpe


Esqueça escolhas ideológicas ao menos um instante. Eu como cidadã brasileira importada (nasci ali embaixo, no Uruguay), estou muito, muito feliz porque uma representante do sexo feminino assume hoje a presidência do Brasil.
Espero que ela consiga governar sendo durona, mas sem virar "macho" como Tatcher e Merkel, e muito menos como a perua ensandecida da Cristina Kirchner.
Espero que consiga resistir `a loucura de seus hormônios para tomar decisões bem pensadas -- já que da sedução do poder estou convencida de que é impossível fugir -- e, sobretudo, espero que ela queira melhorar a vida das pessoas pobres, honestas e trabalhadoras do Brasil (as outras se viram).
Quando penso em que tipo de mulher ela é, lembro-me imediatamente da minha tia Mary, advogada, batalhadora incansável, leoa mãe de três meninas, agora já mulheres de vida feita. Ambas, Dilma e minha tia, são fruto das utopias e lutas da geração de 1968 (embora minha tia nunca tenha militado politicamente).
Ambas, em algum momento, imagino eu, sentiram aquela raiva de injustiças no estômago e, a seu modo, decidiram lutar por um mundo melhor (no caso da minha tia, dedicando a vida à Defensoria Pública para a família e a infância em Montevideo).
Ambas estão entrando no chamado mundo da terceira idade com muito pique e garra. E continuam desejando. Eu, que sou fruto da geração X e paguei o pato econômico de excessos daquela época (alguém se lembra da crise dos 80, do Reagan, da Guerra das Malvinas, da hiperinflação, da Guerra Fria, e daqueles malditos planos econômicos?), sou uma cínica realista que se achou no mundo depois de ler Focault.
Sou otimista, sim, mas não como elas, essas mulheres que minha tia define como as que amam echarpes e brincos étnicos. E são exatamente iguais ao redor do mundo. E pensam as mesmas coisas ao redor do mundo.
Tipo Joan Baez, manja? Eu tenho um lado gabeira, hippie, mas tudo o que vi e li no mundo não me permite ter esse entusiasmo cego de que tudo pode mudar para melhor de verdade, a fundo, radicalmente. Espero, sinceramente, que Dilma me convença do contrário.