Eu não sei se é o aquecimento global. Ou o fato de as mulheres de minha geração, a X, terem esperado mais tempo para ter filhos. O que sei é que entre quase todas as minhas amigas mães há uma preocupação em exercer uma maternidade mais próxima dos rebentos e o mais "natural" possível.
Isso muitas vezes implica em parto natural sem anestesia (conheço várias adeptas); aleitamento materno para muito além dos seis meses (eu mesminha, por um ano e meio...); e algumas (quase) malucas que aderiram às fraldas de pano.
Nos Estados Unidos é comum muitas mulheres largarem a carreira por alguns anos para cuidar dos filhos. Grande parte delas acaba não voltando para o mundo profissional. Não porque o mercado não as queira, mas desta vez, por pura opção pessoal.
Em um novo livro ("Le Conflict: La Femme e La Mère"), a feminista francesa Elisabeth Badinter afirma que esse negócio de movimento verde está mesmo é aprisionando as mulheres. Uma nova idealização da maternidade, que prega defender a ecologia e viver uma vida mais simples (e mais trabalhosa, menos industrializada), está colocando a perder todos os ganhos e a liberdade conquistada pelas feministas da geração anterior.
De um lado, a vida profissional anda ficando cada vez mais difícil e competitiva. De outro, a mulher passou a ser pressionada por um novo modelo de maternidade simplesmente inatingível.
Ela defende que as mulheres sejam felizes, e que se livrem da culpa que essas (ou outras) pressões sociais exercem sobre ela. Ela, que tem três filhos, diz que é impossível ser uma boa mãe. E prega que as mulheres continuem defendendo a bandeira básica do feminismo dos anos 1960-- que exijam uma divisão de tarefas equanime com sua cara-metade.
E você, o que acha? Você sente que divide bem as tarefas relacionadas à família com seu marido?
Imagem- editorial Flammarion
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