segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Papai Noel ou a exuberância irracional


Ho-ho-ho. Este ano me defrontei com uma realidade inesperada: o excesso. A quantidade de presentes que minha filha ganhou da família, e o frenesi que isso gerou entre todos, me deixou, para dizer o mínimo, envergonhada.
Aconteceu a mesma coisa em seu último aniversário. Como ela vai saber dar valor às coisas, se tudo lhe chega de mão beijada, e aos montes?
É difícil para mim, que tive uma vida infantil bacana, porém mais simples (vamos lá, eu usava tênis Bamba no ginásio), encarar essa vida de fartura sem fim...
Resultado da lambança: dezenas de caixas e embrulhos, várias bonecas, carrinhos, jogos de panelinha, roupas, afe, tanta coisa...
E no dia seguinte, qual o brinquedo predileto da fofa? A chupeta da boneca velha, e fazer "comidinha" na parede, elaborando comida imaginária para todos degustarem. Enfim, algo parece não estar certo em tudo isso. Deu uma certa ressaca.

Agora só me resta:

*reciclar os brinquedos, doando os antigos.
*aprender com minha amiga Lilian, que nos aniversários guarda os presentes e só vai dando-os `a filha aos poucos.
*pensar em embrulhos reutilizáveis (de pano?) toda a vez que for dar presente. Ou, como minha avó Paca sempre fez, guardar os mais bonitos que receber para embrulhar outras coisas. (Em tempo: quando eu era pequena, lembro que minha avó lavava sacos plásticos e os pendurava no varal do quintal --bom, naquela época o leite chegava em garrafa, de carroça puxada por cavalos, e era muito mais gostoso.
Não, ela não morava em Cuba, mas sofreu as consequências de duas guerras, uma direta, outra indireta: a Espanhola e a 2a Guerra Mundial. Havia uma certa ética na preservação das coisas que eram suas, uma espécie de respeito a seu passado de privações. Hoje, nem ela faz mais isso. Tem algo muito errado nessa exuberância irracional consumista.

*Docinho fofo da ObaGastronomia

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